BALANÇO DE FIM DE ANO!

Na minha infância, ouvia sempre minha mãe dizendo, que o ano velho estava indo embora, eu perguntava curiosa: - Porque ele vai embora? Minha mãe respondia: para deixar o ano novo chegar! Eu insistia: -Mas para onde ele vai? Ela, sem entender muito bem a pergunta: - De quem você está falando? Eu respondia: O ano velho, para onde ele vai?

E assim sem conseguir explicar, eu continuava sem conseguir entender o que acontecia com o pobre ano velho, olhava para o céu, no momento da virada do ano, para tentar visualizar o acontecimento.

Não haviam grandes comemorações naquele tempo, no momento da virada corria lá fora e olhava para o céu e nada... e nunca consegui ver a troca de um pelo outro! Ficava em mim um misto de sentimentos, a tristeza pelo velho que ia embora e a expectativa de conhecer o novo.

Hoje, o momento é comemorado em grande estilo, festas grandiosas, espetáculos de fogos de artifício, shows na virada, muita alegria, e muitos excessos. São muitas opções para comemoração, festas glamourosas, encontros em família ou com os amigos, oportunidades de viagens, as tradicionais simpatias: pular ondas do mar, brindar à meia noite, abraçar as pessoas, comer lentilha, 12 grãos de uva, trocar cédulas e guardá-las na carteira (para nunca faltar dinheiro) etc... Temos ainda a tecnologia, que nos aproxima das pessoas distantes, enfim as possibilidades são inúmeras.

O que não muda nunca são os sentimentos. O ano velho deixa saudades dos bons momentos e o ano novo vem com a expectativa de ser melhor do que o que passou. A esperança nunca morre, e é este sentimento que mantém o ânimo e a vontade de melhorar sempre.

Eu quando olho para o ano velho, vejo alguns momentos de tristeza e faço questão de não manter a lembrança por mais que alguns segundos, não quero sofrer. Vejo também alguns obstáculos, os grandes eu faço questão de ver com mais clareza, para perceber as falhas que cometi e não repetí-las.

Existiram também grandes alegrias, conquistas que me trouxeram novamente a confiança da renovação. Lembranças de momentos mágicos com pessoas especiais. Momentos de imensa paz comigo mesma, com meus filhos e com a natureza, imagens fantásticas que vislumbrei, lugares que visitei, e outros que vi daqui da minha janela, maravilhosos espetáculos proporcionados pela luz da lua, da visão deslumbrante da via láctea, o por do sol no horizonte, as montanhas que vejo ao chegar em casa, acordar com o canto dos pássaros, e vindo comer debaixo da minha janela.

Agradeço a todos os acontecimentos, em todos reconheço o grande poder Divino, algumas perdas foram irreparáveis, amigas de longa data que partiram, e precisei praticar a conformação. Busco na memória as boas lembranças, os momentos de alegria vivemos, me tranqüilizo quando penso que procurei dar o meu melhor. Hoje quero olhar com maior atenção para os que estão ao meu lado, para não deixar de demonstrar meu carinho, e de alguma maneira me fazer presente em suas vidas.


Tenho minhas limitações e venho procurando vencê-las, buscando aprender algo novo a cada dia. Hoje, já não tenho tanta pressa. Aprendi com algum custo, que a paciência é a “ciência da paz”, e como tudo nesta vida, é preciso começar por mim mesma. Foi um grande aprendizado, sei que estou mais forte, com maior consciência da vida, e mais feliz!

Desejo que possamos refletir sobre o grande aprendizado do ano velho, e deixar que ele se vá em paz, deixando um gosto de saudade dos bons momentos, e o sabor da vitória dos obstáculos ultrapassados, e assim praticar o ensinamento de São Francisco de Assis: “Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado... Resignação para aceitar o que não pode ser mudado... E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”

Feliz Ano Novo!

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